quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Invisível

você sempre quis me trocar,
colocar outra pessoa em meu lugar.
eu nunca entendi isso muito bem,
até o momento em que você conseguiu.

você queria tomar o meu lugar,
fazer o que eu fazia.
eu sempre entendi isso,
mas só senti raiva quando você venceu.

você foi indiferente,
não se importava com a minha arte.
eu não sabia se devia resolver isso.
quando eu me fui, você nem notou.

você nunca gostou de mim,
devia ter medo do meu argumentar.
eu tentei ser um bom amigo,
mas você foi mais feliz quando eu parti.

você sempre me quis ao seu lado,
me protegia das misérias do mundo.
eu que sempre fui muito livre,
deixei de ser poderoso e me tornei invisível.

eu gostaria de não te odiar pra sempre,
mas quando eu penso em tudo isso,
sinto que preciso apagar o que vivemos juntos.
seria esta a minha melhor vingança?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Em uma noite de festa

eu me perco muito fácil,
entao é um perigo me afastar.
quando a voz de quem vive aqui
me vem aos ouvidos,
imperativo se torna o desejo de voltar.

deixei tanta coisa por lá:
da liberdade ao livre gargalhar.
esquecido e despreocupado
vivia com o bastante
o tanto certo do desleixar.

o tempo não me mudou,
foi a morte que puxou
o chão dos meus pés
e eu só
consegui me agarrar em decadência.

oh, vida verdadeira!
em uma noite de festa
eu te implorei para reinar.
você me trouxe o mais amargo
e eu tão sem jeito

deixei essa vida de gostar de falar.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Vagas limitadas

sei que é impossível te perder,
abafar em mim
uma só imagem tua.

dentro do meu coração
ainda há um grande vazio, um espaço,
destinado a mim, aos bons amigos

e o resto é todo teu.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O caminhar do mudo

amanhã um novo ramo se abre
manobrado por nem sei o que.
outra estrada que não sonhei.

vejo o quanto ainda estou vivo
obedecendo chamados que estão além de mim.
caminho em silêncio
educando a minha alma.

jamais esquecerei você
.