sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Passagem dos Escravos

no meio do caminho a exposição encontra com o fim dos tempos.
da expressão desperta um belo abismo
e os velhos que nasceram do outro lado
despem-se das antigas mentiras

quem pede pelo número
amarra os pés do atrevimento.
só as máscaras da alma
sustentam opções de cura
e uma infinidade de limitações

a maquiagem do escravo descolou
aboliu a privação do coração.
da miséria fez-se fé
e num dispado ele se atirou na contramão.

salta, salta moleque triste
que é do outro lado que o caminho continua.
cair no abismo não é pior que esperar a ponte
em uma vida cheia, sem sol e sem lua.

foi assim que muitos se foram
é desse jeito que quem fica se vai
não é preciso entender
pois na estrada o passo é incomum.

Um comentário:

Petê Rissatti disse...

A Passagem é algo estranho, para quem passa e para quem fica. Mas passar é inevitável, então passemos.

Estou aqui, viu? E te adoro.