A dor e o abandono
O frio chegou.
meu corpo está todo quebradiço.
a pele seca, esbranquiça-me
e as pontas dos dedos adormecem.
é tarde da noite.
mudei a cama de lugar,
trouxe a para perto do interruptor.
quando termino de escrever, estico o braço.
alongar me lembra a juventude.
época feliz para ser gostado,
tempo em que o abraço desmontava o esqueleto,
que derretia o coração.
as vezes me esqueço de respirar.
acho que para dar um fim em toda a dor,
dor que os meus não querem mais ter,
que me torna evitável.
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