sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Encontro

o poeta cansou.
enquanto todos estavam onde se dorme,
observou o mundo pela última vez:
não mais viu a luz da manhã.

triste e cheio de nada,
neste curto presente, pensou:
"a vida é a causa que se perde",
calou.

o silêncio
apagou o seu pequeno passado de rotinas,
abriu a gaveta dos desgostos
e a desfez.

ante a partida,
desejou encontrar tudo que havia perdido,
abraçou-se em um impulso por amor,
pulou.

4 comentários:

Anônimo disse...

Mas se é a dor que faz do poeta aquele que trata palavras tão duras com doçura, apagar um passado de rotinas é apagar a beleza das palavras, mesmo que tão tristes. Melhor abraçar-se e esperar o dia clarear...

Criskyt disse...

Nossa...
simples e
triste!

Vilma dos Santos de Oliveira disse...

Poeta, só te posso dizer uma coisa:
por onde fores, neste mundo não encontrarás paga.
Paga não há. Dirão: a dor é lucro, o verso é cerne; o verso cura o que a dor consagra ... não, não.
Nada disso é certo. Certo mesmo só o cansaço de quem a esse ofício se consagra.
A paga, na saga, só a consagração que a ti os outros te consagram não na partida e sim na chegada.

Anônimo disse...

Que tuas próprias palavras, ditas ou não, manuscritas ou pensadas apenas, lhe sirvam de total consolo, conforto e impulso para seguir adiante.

E na vida,não há causa tão perdida, que por um impulso de amor, não seja encontrada e não seja ganha. A vida sempre será esse jogo, mas, poetas arriscam. E porque escolheram a vida, eles apenas, se deleitam em vivê-la!

Viva poeta! E seja vida!